Eu moro nesse palco,
no teatro da minha
vida,
onde disfarço cada
passo,
Fazendo das malas do
passado,
os artefatos dos meus
dias.
Muitos nem percebem,
que a maioria dos
sorrisos
trazem ao fundo, um
colorido,
Rosa meio chocho,
o azul meio fosco.
Pego uns 100 por hora,
só pra acompanhar a
adrenalina,
que me permite fingir,
sou forte feito aço,
indestrutível,
me atrevo sem medo de
cair,
Nem imaginam que nem
sou assim,
tenho medo de altura, do escuro
da velocidade da luz.
Fingo uma voz áspera,
grossa
só pra não dizer que
amo mesmo,
choro de verdade,
pra não dizer que
tenho medo.
Mas eu sou mesmo assim.
Na verdade, meu
interior é decorador
não precisa ser
decodificado
Até devo confessar, coloquei uma pedra,
onde devia pulsar um
velho amor.
Me ponho em trapos,
panos e tiras,
só pra fingir
deselegância,
dizer que não me
importo,
quando tanto desejo,
postura de boneca.
Me encontro neste
palco,
realidade de disfarce,
Sou meio boneca de
porcelana,
soldado de chumbo,
bailarina, maloqueira,
sou verdadeira,
quando tenho medo de
mentir.
Disfarço essa força,
só pra dizer que me esqueci.
E nesses trechos descrevo,
pensam até que ando triste,
mas isso eu fui naquele tempo,
hoje até diria, "quem diria"
sou sim, realmente, feliz.