Foi naquele cruzamento,
Um encontro injusto,
Fitou-me, olhar
encantador,
sorriso tão lindo,
passagem sem destino.
Viajei horas num
segundo,
perdi o ar, sem
respirar
atropelei as verdades,
sem querer, um
acidente,
e perdi minhas
armaduras.
Senti sair pelos poros,
toda aquela história,
guardada em arquivos,
tão empoeirado.
Jorrava pelo meu corpo,
estremeci até
perceber,
outra batida,
quebrastes tudo
cada trapo que custou
remontar,
naquela fábrica de
brinquedos.
Lembro-me
perfeitamente,
quando me vendeste, por
tão caro,
um novo ímpar de
coração,
que tinha em sua
coleção,
algo meio usado,
remendos, só de amar.
E foi ali, naquele
cruzamento,
que não houve tempo
algum.
Tudo parado, doce
correria
os carros buzinavam,
sem som,
preto e branco, um
retrato do presente.
Era dois seres
diferentes,
um somando, outro
duvidando
de um nobre sentimento,
quanta bobagem.
Se diz oi, vai sem
saber,
Se retornas, não sabe
o que dizer,
Se me revelo, foge por
querer,
nunca soube o que quer,
que uma dúvida cruel.
Rápido acontecimento,
um mesmo tempo gasto,
enquanto tomara o café,
apreciando o nascer
lunar,
ao amanhecer.
Que triste sentimento,
tão bonito a se
perder,
por tão pouco, tão
frágil.
Permaneci o caminho,
deixando-o novamente.
Uma velha promessa,
vedado coração,
um silêncio cortante.
Ai, aquele cruzamento,
encontro, de impossível
esquecimento
olhares e sorrisos,
motores e pessoas
pensamentos isolados,
silêncio.
Por pouco não perco o
controle,
seria uma batida
terrível,
por sorte, não tirei
as mãos do volante,
e o coração, feito
aço
passou livre, sem
bater.
E mais uma vez,
você me deixa ir,
sem se mexer.
Vanessa Siqueira
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