A hora é agora

Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre... (Charles Chaplin)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

No Cruzamento: evitando batidas


Foi naquele cruzamento,
Um encontro injusto,
Fitou-me, olhar encantador,
sorriso tão lindo,
passagem sem destino.

Viajei horas num segundo,
perdi o ar, sem respirar
atropelei as verdades,
sem querer, um acidente,
e perdi minhas armaduras.

Senti sair pelos poros,
toda aquela história,
guardada em arquivos,
tão empoeirado.

Jorrava pelo meu corpo,
estremeci até perceber,
outra batida, quebrastes tudo
cada trapo que custou remontar,
naquela fábrica de brinquedos.

Lembro-me perfeitamente,
quando me vendeste, por tão caro,
um novo ímpar de coração,
que tinha em sua coleção,
algo meio usado,
remendos, só de amar.

E foi ali, naquele cruzamento,
que não houve tempo algum.
Tudo parado, doce correria
os carros buzinavam, sem som,
preto e branco, um retrato do presente.

Era dois seres diferentes,
um somando, outro duvidando
de um nobre sentimento,
quanta bobagem.

Se diz oi, vai sem saber,
Se retornas, não sabe o que dizer,
Se me revelo, foge por querer,
nunca soube o que quer,
que uma dúvida cruel.

Rápido acontecimento,
um mesmo tempo gasto,
enquanto tomara o café,
apreciando o nascer lunar,
ao amanhecer.

Que triste sentimento,
tão bonito a se perder,
por tão pouco, tão frágil.
Permaneci o caminho,
deixando-o novamente.
Uma velha promessa,
vedado coração,
um silêncio cortante.

Ai, aquele cruzamento,
encontro, de impossível esquecimento
olhares e sorrisos, motores e pessoas
pensamentos isolados,
silêncio.

Por pouco não perco o controle,
seria uma batida terrível,
por sorte, não tirei as mãos do volante,
e o coração, feito aço
passou livre, sem bater.

E mais uma vez,
você me deixa ir,
sem se mexer.

Vanessa Siqueira

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